segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Grande Orquestra Victor Bass

No início da década de 70 a extinta TV Paraná, emissora associada da antiga Rede Tupi, encerrava suas transmissões com um tema chamado "Fim de Noite". Era uma música suave, romântica, executada de forma exuberante com arranjos para orquestra e de autoria de um compositor misterioso.
Quem era o autor daquela linda peça? À época ainda não tinha o costume de pesquisar sobre música instrumental, mas mesmo assim aqueles acordes ficaram registrados em minha memória. O tempo passou até que, em 1978, a Rede Globo, no programa Fantástico, mostrou Moacir Vitor Taborda Ribas, já conhecido nos meios artísticos como Victor Bass, que antes tinha emplacado na mesma emissora o tema "Senhora" para a novela de mesmo nome, exibida no ano de 1975, adaptação de Gilberto Braga do romance homônimo de José de Alencar.
A história da vida artística deste paranaense nascido em Rio Negro (cidade fronteiriça com Mafra-SC) em 1941 tem duas curiosidades interessantes. Uma é o fato de não ter formação musical, ser apenas autodidata e realizar a façanha de elaborar complexos arranjos musicais. Estes arranjos, para uma orquestra inteira, envolviam temas que eram transpostos para as pautas com ajuda de maestros consagrados. Em 1987 seu LP "Paris Em Primavera" ganhou o mundo. A orquestra do francês Paul Mauriat e Richard Clayderman gravaram suas composições.
A outra e mais inusitada passagem da vida é o fato da sua gravadora ter montado uma farsa para escondê-lo da mídia, anunciando que ele morava em Paris. Em reportagem ao Jornal do Estado, assinada pelo repórter José Marcos Lopes, Victor revelou: "Nunca estive lá. Nunca fui. Estava na Barreirinha" [¹]. Continuava por aqui, deliciando-se com os xineques [²]. Viveu na Europa sem nunca ter estado lá.
Vitor Bass, além das mais de 400 composições, escreveu diversos poemas que se constituem em louvação à terra dos Pinheirais, seus costumes, sua natureza e seu cotidiano. São poemas que precisam ser lidos com uma advertência: foram construídos para serem cantados e secundados pelas melodias que lhes davam o contorno das canções.
Hoje o Maestro, como chegou a ser chamado, vive no esquecimento e volta e meia tem que provar que é ele mesmo. A reportagem do Jornal do Estado, xerocopiada, virou carteira de identidade, por isso está sempre dentro da pasta que carrega debaixo do braço. É mais uma vítima da realidade de um país que não reconhece os valores da sua gente, onde as entidades arrecadadoras de direitos autorais só servem para arrecadar e as gravadoras sugam seus ídolos e depois os abandonam entregues à própria sorte.
O governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura, mesmo que tardiamente, resgatou um pouco desta história. O projeto cultural relançou 16 dos maiores sucessos do conterrâneo, no CD "The Best of Grande Orquestra Victor Bass". Atlântico Sud, Le Seigneur du Monde, Allons Danser, Amour Sans Adieu, Passage Pour Le Paradis, Rue des Fleurs, Waleska e Gracieuse são alguns dos hits que compõe a homenagem.

Texto Retirado do BLOG http://www.infinitopositivo.blogger.com.br
Com Autoria de Ery Roberto.

Albúm para download, cedido por Victor Bass.

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4 comentários:

Anônimo disse...

Caro Jeferson,

Os links dos discos de Victor Bass não estão funcionando. É uma pena!
Poderia verificar?
Abraços
Gerson (gfly@terra.com.br)

Anônimo disse...

O link não funciona! Tem como enviar este cd do Victor Bass em meu e-mail?
Envie para filhoduma@hotmail.com
Agradeço!
Luiz Fernando

Anônimo disse...

Que pena mesmo! Sou fã saudosista de Victor Bass e só fico triste por não conseguir esse álbum.
Por favor, vejam isso...

Anônimo disse...

Por gentileza, gostaria de obter a musica atlantic sud. Tem como me enviar?
lanhitbraga@hotmail.com